Tem que ser um governo com aqueles que me ajudaram a ganhar a eleição, com o povo que me ajudou nesta luta, com os técnicos e profissionais de nível e gabarito que existem em São Luís e temos muito. Eu vou procurar fazer uma coisa diferente até para que os erros e acertos sejam creditados a mim. A minha equipe será completamente nova.
(...)
Eu não vou governar com os adversários. Tem gente que quando ganha a eleição diz para os amigos: tu que já meu amigo fica aí, agora eu vou dar isso aos adversários para atraí-los. Meu estilo é o contrário. Meu amigo, tu que é meu adversário, fica aí. Eu não vou te dar na mão. Se sobrar alguma coisa e tu tiver qualificação para isso, eu vou pensar no teu caso.
O discurso acima não foi tirado de jornal da época do coronelismo ou do clientelismo. O discurso foi proferido em pleno século XXI pelo candidato eleito de São Luís (que, ao ser interpelado como "candidato", fez questão de ser chamado "prefeito". "Prefeito... eu já sou prefeito"). Pode-se perceber uma nítida exclusão. Ao dizer que "Eu não vou governar com os adversários" está claramente dizendo que a demoníaca esquerda, o partido do candidato "inexpiriênti" (quem mora aqui em São Luís sabe o porquê de eu ter colocado esse termo), "vocês ficam aí e eu aqui". É a (velha) confusão entre o público e o privado.
Celso Lafer dizia que o governante usa da mentira para se manter no poder (aquela história que Platão já dizia há muito tempo atrás: o paciente deve dizer tudo para o médico - não deve mentir -, mas o este pode usar da mentira para "curá-lo"). O governante se sente legitimado para mentir. A campanha do candidato-que-não-se-deve-noemar foi baseada na mentira, mas ele logo já mostrou a verdadeira face:
"Se vai dar tempo para fazer tudo eu não posso te responder, mas eu vou lutar para fazer. Se puder, até mais do que eu mostrei que vou fazer. Eu não prometi. Eu não faço promessa. Eu apresento propostas. Propostas são bem diferentes de promessas. Eu disse o que vou fazer, o que pretendo fazer, como vou fazer, com que recursos vou fazer! E eu espero nestes quatro anos fazer o máximo possível para que São Luís mude de fato; seja uma cidade mais humana, mais justa e que dê uma qualidade de vida melhor ou então um pouco melhor ao povo. Eu quero ver o povo alegre. Eu vou fazer tudo para cumprir os projetos que eu mostrei que vou fazer e que eu não fiz promessas"
Fonte das conversas: http://imirante.globo.com/noticias/pagina180559.shtml
São Luís merecia mais mesmo... mas agora, merece o castigo.
E vou parar com essa conversa por aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário