domingo, junho 3

I may be paranoid

Como dizia o Onildo, tem muita gente falando dos 40 anos do (considerado pela Rolling Stones - veja que ironia) melhor álbum de rock, e que até hoje ainda toda uma mística envolvendo o lançamento dos álbuns e as músicas. Das músicas, queria destacar uma que gosto bastante, mas que me deixa profundamente triste, "She's leaving home".

Eu já tive oportunidade de falar no mailist "Mayfly" do Belle and Sebastian: querem ouvir piscodelia, ouçam o "The Piper At The Gates Of Dawn"... vocês ouvirão as terríveis e maravilhosas conseqüências de se misturar drogas. Como dizia um amigo meu, "o problema não é fumar; é quando se mistura".

Mas não estou aqui para falar do Beatles... dia 16 que vem, vão completar dez anos do outro melhor álbum de rock, OK COMPUTER do Radiohead.



Melancólico, triste, obscuro são as palavras que me vem à mente quando ouço e penso no Ok Computer. Lembro-me muito bem do dia em que comprei, apesar de não ter acontecido fato algum em especial (a não ser o próprio fato de eu comprar o álbum)... foi de uma forma despretensiosa, mas aí percebi: "PQP... os cara são bons mesmos".

As distorções de guitarra junto com as já mencionadas melancolias das letras fizeram com que eu me envolvesse sentimentalmente com o disco. Existem músicas que me dão medo, "Fitter Happier" (o clipe de "Paranoid Android" também me traz calafrios) e algumas que trazem sensações de angústia como "Let Down" (não sei muito bem o porquê, na verdade).

Agora, eu destaco a quarta faixa: creio que é a mais melancólica do álbum. Conta uma história já conhecida, mas sempre triste. Ela foi aparece no final do filme "Romeo + Julieta" do Baz Lhuman. O nome? "Exit Music (for a film)". Sugestiva, não?

I Hope That You Choke.

2 comentários:

Gabriel G; disse...

Caramba, Thales!!

Ontem mesmo eu estava ouvindo Sgt Peppers (por PURA coincidência, estava no meu mp3-player, nem atentei pro aniversário...) e quase chorei em público ao ouvir “She’s leaving home”.
Me dei conta então que, embora sempre tenha achado essa música linda, eu nunca tinha até então pensado em como ela resumia o conflito de gerações dos anos sessenta, como ela incorporava a incompreensão e mágoa dos pobres pais “caretões” diante de seus filhos rebeldes...
Pela primeira vez, achei que entendi realmente o “alone” do “leaving home after living alone for so many years”, assim como aquilo que, afinal, se resumia o problema: “sheeeeeeee.... is haviiiiiiiing...... fuuuunnnn....”. (E “fun”, meu caro, não é qualquer coisa; “the only thing money can’t buy”...).
Porra, é uma das melhores músicas dos Beatles AT ALL, e isso não é pouco.

Aí, hoje eu leio um texto ótimo na Piauí sobre as mudanças geracionais dos anos sessenta, um texto que está me fazendo entender pequenas coisas em que eu nunca tinha pensado muito.
Aí eu saio do banheiro (onde lia a revista) e leio esse seu post de domingo citando a música.

Haja convergência!

Blogildo disse...

Eu gosto um bocado do Sgt Pepper's. Mas daí para "melhor álbum de todos os tempos" é um pouco demais.