Além do acasalamento (aos diabos com o Imaginário), há este outro abraço, que é um enlaçamento imóvel: estamos encantados, enfeitiçados: estamos no sono, sem dormir; estamos na volúpia infantil do adormecer: é o momento das histórias contadas, o momento da voz, que vem me hipnotizar, me siderar, é o retorno à mãe ("na calma amorosa de seus braços", diz uma poesia musicada por Duparc). Nesse incesto renovado, tudo fica então suspenso: o tempo, a lei, o interdito: nada se esgota, nada se quer: todos os desejos são abolidos porque parecem definitivamente satisfeitos
Barthes no livro "Fragmentos de um discurso amoroso" parte da premissa que o amor é um discurso de solidão. Todos os verbetes do livro (o que escrevi acima é "Abraço") traduzem esse sentimento (essa premissa).
Mas, hoje (quer dizer, desde o dia 22 de dezembro), "não tenho mais a saudade. Não sinto mais essa dor. Meu coração hoje mora na casa de um vencedor" (música do Mestre Ambrósio, letra - se não me engano - do Sérgio Cassiano)... estou de volta e estou casado.
Escolhi justamente o verbete abraço porque traduzia esse sentimento de plenitude.
I DO LOVE YOU, MY BELOVED WIFE.
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