domingo, fevereiro 14

É uma imposição absurda

Pode parecer um tanto quanto neoliberal o que vou falar e, na verdade, é uma coisa um tanto inquietante que eu gostaria de partilhar.

Chegou o "feriadão" de carnaval, "as cabrochas na avenida, churrasquinho podro". Não curto muito carnaval e prefiro que me deixem quieto. Em decorrência dessa minha preferência, aproveito esse "feriadão" para arrumar coisas na casa, fazer compras, ir ao cinema, sair para um bar com um clima menos carnavalesco, ler, jogar vídeo-game. O que acontece - daí eu dizer que pode parecer meio neoliberal este post e minha opinião - é que tudo que não carnaval fecha. Supermercados, lojas, bares. Ou seja, tá todo mundo na avenida, em blocos, no trio elétrico e na passarela do samba.

"O trabalhador tem o direito de descançar". Mas assim, a gente não vai pra frente mesmo. Com pensamentos como esse. Para mim, é absurdo assitir à TV e ouvir "bancos e lojas da Rua Grande só vão abrir a partir do meio-dia da quarta-feira". Putz... eu tô com um problema no meu banco... fui tirar dinheiro no Caixa 24 horas e eles me cobraram duas vezes o mesmo valor. A TV a cabo não foi instalada no sábado, conforme eles tinham prometido e eu tenho que esperar até quinta-feira, porque "a rota de quarta-feira já foi fechada".

Sou punido pelo fato de não gostar de carnaval...tenho que ficar recluso em casa, comendo o que ainda tem, sem poder resolver os problemas do banco (pois eu também trabalho em uma empresa privada e não tenho tempo para ir a minha agência) e ficar assistindo às porcarias da TV aberta e vendo à Giane ALbertoni falando errado em plena manhã. Minha esposa reclama, mas eu prefiro - diante de um cenário desse - dormir (bastante).

São coisas, como visto, tipicamente de um discurso neoliberal (banco, TV e compras), mas não existe um mercado bem vasto lá fora que eu chamo aqui de Mercado do Entreterimento? Estava vendo ao carnaval de Salvador: abadás, trio elétrico, Ivete Sangalo não são expressões de um neoliberalismo que encontrou no carnaval um terreno muito fértil para se desenvolver? Na TV, vejo uma turma com acenando para a câmera com uns artefatos escritos "Bradesco", vestindo um abadá com o nome "Visa". E no Rio de Janeiro: Brahma, Globo, Nova Schin, Paris Hilton não são expressões do mercado?

Então seria algo do tipo: vamos dar folga para os trabalhadores para que eles possam gastar em um outro tipo de mercado... já chega eles ficarem recebendo, recebendo. É algo realmente que me inquieta.

Repito que não sou contra o carnaval.. .gosto (até bastante) de alguns sambas, mas essa imposição é realmente absurda.

Um comentário:

Babalu disse...

aindo sigo a velha tática:
- colchões na janelas e uma sniper.

- faça os foliões dançarem: atire neles.

- nos pés.

"gosta de se balançar, é?! daaança, então, desgraçado, quero ver cê requebrar!"




ps: acho que me torno pouco sociável nesta época do ano.